É possível produzir sem agredir e alimentar sem devastar. A natureza tem as respostas que procuramos, o nosso papel é encontrá-las.

INTRODUÇÃO AO SGA – SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

INTRODUÇÃO AO SGA
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Na ultima década, milhares de empresas incluíram a responsabilidade sócio-ambiental na lista de critérios para a tomada de decisão. A Gestão Ambiental enriquece alguns tópicos existentes na Gestão da Qualidade e Gestão da Saúde e Segurança no trabalho, englobando também assuntos políticos, sociais e econômicos.  Cuidar do ambiente significa olhar para dentro da empresa, se preocupar com a segurança dos funcionários, gerenciar riscos na fábrica, melhorar processos e eliminar os desperdícios. Cuidar do ambiente também significa olhar para fora da empresa, para as comunidades locais e vizinhas, se preocupar com o ar, com a água e com o solo nos arredores das instalações - ou em qualquer outro local que possa ser indiretamente afetado. A Qualidade Ambiental propicia ganhos em eficiência, elimina despejos, estuda o tratamento dos rejeitos, permite a redução gradual de riscos e dos impactos na natureza. Quem adota as boas práticas da Gestão Ambiental como modelo para a condução de seu negócio, não apenas investe em tecnologia e redução de custos, como  patrocina o bem social e ambiental.


Ciclo do PDCA: guia para o modelo de gestão por metas e resultados da ISO 14001

DESPEJO ZERO NOS SISTEMAS DA NATUREZA

DESPEJO  ZERO 
NOS SISTEMAS DA NATUREZA

 Quem nunca se colocou na função de um biólogo? Estudar o comportamento das espécies, levantar informações em campo, realizar análises laboratoriais, etc. Há alguns anos, a profissão de biólogo era sinônimo de carreira difícil, mal remunerada e pobre em oportunidades. “Ah, você cursa biologia? É professor?” Ou um profissional de campo, que passa temporadas no meio da floresta, analisando o meio ambiente. A verdade é que alguns segmentos da indústria intensificaram suas pesquisas em sistemas naturais na a concepção de seus produtos, abrindo novos postos estratégicos para biólogos, em equipes de desenvolvimento de produtos.  
   O ato de copiar os modelos da natureza, ou se inspirar nestes modelos, foi o que deu origem ao termo biomimética, tradução de biomimicry, consagrado com o lançamento do livro de Janine Benius, em 1997, que traz uma série de exemplos e tecnologias inspirados pela natureza. Janine faz uma abordagem aos sistemas de cultivos baseados em diversidade. A autora também contextualiza os meios de caaptação e de transferência de energia utilizado na natureza, fazendo uma relação com a eficiência produtiva de baixo consumo de energia e despejo zero. A obra também aborda o poder de cura das plantas e também associa a dinâmica dos mercados com o funcionamento das florestas. Em resumo, o livro resgata a conexão que o ser humano perdeu com a natureza e com a sua própria origem.
   A natureza é sábia na criação de “mecanismos de alta-tecnologia”. Considerando que o desperdício é uma ineficiência do processo produtivo, a natureza detém os métodos mais eficazes de produção, sem emitir resíduos que não possam rapidamente ser re-absorvidos. Toda a energia utilizada na natureza é gerada pela luz solar. As plantas são responsáveis pela captação e distribuição da energia ao longo da cadeia alimentar. Isto não é novidade para ninguém. Seria possível o homem viver apenas com a energia solar? Parece pouco provável, porém não impossível.

A SUSTENTABILIDADE COMO POSCIONAMENTO ESTRATÉGICO

A SUSTENTABILIDADE
COMO POSCIONAMENTO ESTRATÉGICO

  Você já parou para refletir sobre o significado da palavra sustentabilidade? Lembro do ex-presidente Lula, talvez o maior propagador do termo aqui no Brasil, utilizando a “economia sustentável” como uma economia “sólida” ou “auto-suficiente”, citando o petróleo produzido no Brasil, a bacia do pré-sal, ou uma economia sustentável por si só. Deixando a questão partidária de lado, e relevando ações do governo Lula na preservação da nossa floresta amazônica, o termo sustentável não foi empregado corretamente pelo presidente, o que gerou confusão entre muitas pessoas. O termo sustentabilidade tem como principal objetivo unificar desenvolvimentos econômico e social com a preservação ambiental.
  Vale ressaltar que o termo Desenvolvimento Sustentável começou a ser utilizado em 1962 e se referia a assuntos pertinentes as alterações observadas no meio ambiente. Em 1987, na Comissão Brundtland, a esfera social foi embutida no conceito de DS como “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.”
  Neste estudo, será feita uma análise das ferramentas estratégicas que a gestão sustentável introduziu no mercado, fazendo uma ligação direta entre Sustentabilidade Empresarial – ou o elo entre sistemas de gestão ambiental e responsabilidade social - e a competitividade no mercado. Inicialmente, serão conceituados os códigos voluntários de conduta, do termo em inglês VER (Voluntary Emission Reduction), que traduzem resultados positivos ao publico em geral. Em seguida, uma análise sobre oportunidades e benefícios que a sustentabilidade oferece as empresas.

BENEFÍCIOS DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

BENEFÍCIOS DO
SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

Não é preciso estar diretamente ligado ao setor para promover ações de responsabilidade ambiental. Um banco pode dar preferência a uma empresa que apresente indicadores positivos de gestão ambiental. Uma empresa de eventos pode exigir um selo “zero carbono” do expositor. Uma consultoria pode conscientizar a população sobre a importância da biodiversidade no país, e assim por diante. Mas, sem dúvida, são as indústrias que têm responsabilidades diretas com o meio ambiente. Estão na pauta da gestão ambiental temas como o uso de tecnologias ambientais, a melhoria no processo produtivo, o estudo do ciclo de vida do produto, a conquista de créditos de carbono, requisitos legais e os benefícios ficais.



Tecnologias Ambientais

São todas aquelas que envolvem a sustentabilidade no desenvolvimento de produtos, processos ou serviços. Podemos dividir a tecnologia ambiental em 3 grupos:
     Novas - São produtos e serviços concebidos devido a própria existência da sustentabilidade, ou seja, produtos e serviços ao dispor da sustentabilidade. Como, por exemplo, os serviços de coleta de lixo reciclável, móveis ou aparelhos eletrônicos. Ou as novas “extrativistas” que extraem o metal de componentes eletrônicos (1). Ou empresas recicladoras que reciclam o lixo plástico, químico ou metálico, como é o caso das empresas recicladoras de pilhas e bateria (2). Existem ainda empresas “recuperadoras” que recuperam um componente danificado, um eletrônico ou a peça de um veículo (3) e devolvem para o mercado, prolongando a vida útil de um material anteriormente descartado.
Melhoria – São produtos e serviços com comprometimento social ou ambiental em sua concepção. Qual seria a melhor forma de fornecer produtos ou serviços pré-existentes no mercado, reduzindo seu impacto ambiental? É bem comum a existência de melhorias significativas em países europeus. Por exemplo, o uso de material  degradável, de origem vegetal, na composição de produtos plásticos ou de borracha. Em processos de melhoria também é comum o uso de materiais reciclados ou recondicionados(4) já que são alternativas viáveis para a redução de impacto. Aplicações de melhorias são feitas através da análise do ciclo de vida de um produto, o que muitas vezes envolve a conscientização do consumidor final no uso e descarte do mesmo.
    Indiretas – Através de pesquisas feitas por laboratórios e universidades desenvolvido todo o aparato tecnológico para a execução de novos processos ou a criação de novos produtos. São elas denominadas de tecnologias indiretas, já que não possuem uma relação direta com o produto final, mas que podem ser úteis em sua concepção.


CONQUISTANDO MERCADOS COM O POSICIONAMENTO SUSTENTÁVEL

CONQUISTANDO MERCADOS COM O
POSICIONAMENTO SUSTENTÁVEL

Antes de pensar em ser sustentável é preciso pensar em mercado. Em nossas cabeças, que pensam em sustentabilidade 24 horas por dia, o assunto é muito comum e usual, mas para a grande maioria o significado é ainda pouco claro. Então é preciso procurar por oportunidades reais de negócio. Entender o mecanismo do mercado permite as empresas a dirigirem corretamente inovações ou novos produtos para um determinado segmento e perfil de cliente.



  Ser sustentável hoje é um diferencial competitivo. Em alguns casos aplicável a um público restrito, em outros já uma questão de sobrevivência. Novas indústrias estão surgindo, algumas estão se reposicionando, outras precisam melhorar seus produtos para novas demandas, outras simplesmente sumirão do mapa. Para ilustrar a idéia tome como exemplo a indústria de pilhas e baterias. O que será das pilhas em alguns anos e como a indústria está se preparando para reduzir os impactos de seus produtos no meio ambiente? Como garantir que as pilhas estão sendo corretamente destinadas? Não seria o momento de explorar o mercado de pilhas recarregáveis em um apelo a preservação ao meio ambiente? Ou seria ainda a oportunidade de explorar outras fontes como a energia solar, por exemplo? Se 80% do faturamento de sua empresa fosse proveniente de pilhas, você não estaria preocupado? 
  Enxergar novas oportunidades é fundamental na decisão de investimentos em tecnologias ambientais. Podemos também ilustrar as redes de supermercados com serviços de entrega. Os veículos utilizados poderiam ser substituídos por modelos elétricos, aparentemente um alto custo. Imagine, por exemplo, quantas motocicletas teriam que ser compradas para atender toda a rede do Pão de Açúcar? Olhando o lado financeiro, trata-se de um investimento inviável. Enxergando novas oportunidades, sabendo que existe mercado potencial para consumo de serviços de entrega a domicílio, não seria este um incentivo ao consumidor a optar mais por este tipo de serviço? Dá até para montar um slogan do tipo ‘entregamos em caixas de papelão e com motocicletas elétricas’. E, porque não, ir um pouco além? ‘Retiramos o seu lixo reciclável’. As motocicletas vão, entregam e voltam com o lixo reciclável. Interessante não é!? No final todo mundo saiu ganhando, inclusive o meio-ambiente.

SISTEMAS DE ENERGIA AUTO-SUFICIENTES

SISTEMAS DE ENERGIA
AUTO-SUFICIENTES


Imagine que o potencial para geração de energia está em qualquer lugar. Seja através do impacto, do atrito ou da rotação, existe energia mecânica que pode ser transformada em energia elétrica. Consumimos, manipulamos e transformamos energia o tempo todo. Pense no movimento do corpo humano: um sistema perfeito que transforma alimento em energia, sendo capaz de armazená-la em grande quantidade, com eficácia. Pense nos ecossistemas, na natureza como um todo, um complexo composto por uma série de sistemas perfeitos, alimentado pela luz do sol, que não gera desperdícios ou despejos, e que emite de forma equilibrada os gases para a continuidade da vida na terra.
A energia elétrica pode ser gerada por métodos diferentes. Em sua maioria a energia é formada pelo aproveitamento de movimentos rotatórios para gerar corrente alternada em um formato qualquer de bobinas (o alternador), o que possibilita o acúmulo de corrente elétrica e conseqüentemente possibilita o seu armazenamento. Qualquer movimento rotatório proveniente de uma fonte de energia mecânica direta, como a corrente de uma queda d'água ou o vento, ou de um ciclo termodinâmico é capaz de gerar energia em sua forma elétrica.


Fonte: The dance floor modules, Madrid 2010, Photo: Eric van Duin, disponivel em 8 de novembro, 2010 em http://www.sustainabledanceclub.com/

O CALÇADO DO FUTURO - SIMPLE SHOES

O CALÇADO DO
FUTURO



    No ultimo artigo enquadramos a reciclagem como uma etapa adicional no ciclo de vida de um produto ou uma etapa final do ciclo produtivo, e que devolve matéria prima para o início de um novo ciclo. Ao término do tempo de uso de qualquer produto que utilizamos, sejam feito de plásticos, sapatos ou geladeiras, o mesmo terá o destino apropriado, já que irá compor parte de serviços e produtos de outras empresas. Entre elas as catadoras de lixo, as de transformação de sucata em matéria-prima, entre outras empresas pertencentes a novos nichos da indústria, aquelas que se aproveitam da sucata e transformam-na em novos produtos. Até o lixo orgânico pode ser aproveitado como combustível ou adubo. Havendo consciência a destinação dos resíduos é quase que total. Imagine a lapiseira de plástico biodegradável: um produto antes de plástico que precisa ser recolhido e reciclado para um produto que se despejado no meio ambiente acaba se decompondo e servindo de “adubo” para o solo além de permitir a redução da dependência da indústria pelo petróleo. Para viabilizar sua concepção diversos estudos foram realizados, diversos processos foram desenvolvidos, técnicas de transformação em plásticos de diversas características, mais flexíveis, mais resistentes, resistentes a sabor, variações de temperatura, etc., e é cada vez mais comum a substituição de embalagens, sacolas, potes, entre outros produtos derivados de polímeros por produtos similares, porém com material degradável.

    Neste artigo iremos conhecer os processos da Simple Shoes, uma empresa que já está lá na frente e pensou em todos os detalhes na concepção de seus produtos. Desde o desenvolvimento da matéria prima, até a orientação e conscientização do consumidor final.